A eficiência das cadeias de abastecimento é um tema crucial. Na Europa, a palete europeia ou Europalete (EUR/EPAL) é a mais utilizada, mas a palete americano, conhecida como palete tipo GMA (Grocery Manufacturers Association), encontrou o seu lugar em diversas indústrias e comércios. Neste artigo, vamos aprofundar as suas características principais, as suas aplicações mais comuns e a normativa que a rodeia no contexto europeu.
Medidas e Características Técnicas
Este tipo de palete foi desenhada para aproveitar ao máximo o espaço nos contentores ISO, o que a torna uma opção muito prática para o transporte marítimo e o comércio internacional. Geralmente, é feita de madeira, embora também existam versões em plástico, metal ou materiais recicláveis, dependendo do seu uso e do setor em que é aplicada.
- Dimensões: 120 cm (comprimento) x 100 cm (largura)
- Capacidade de carga estática: Até 3.000 kg
- Capacidade de carga dinâmica: Entre 1.000 e 1.500 kg
- Entradas para empilhador: 4 vias (acesso por todos os lados)
Estas características fazem com que seja uma solução sólida e versátil para o transporte de mercadorias de grande volume, especialmente em rotas intercontinentais.
Principais Aplicações do Palete Americano
Embora tenha sido desenvolvida para o mercado norte-americano, a palete americana está a tornar-se cada vez mais popular na Europa, especialmente nos seguintes setores:
Indústria química e farmacêutica: Graças à sua resistência e estabilidade, é ideal para o transporte de cargas delicadas ou perigosas.
Indústria alimentar: Cumpre com os padrões da GMA e é amplamente utilizada em produtos de consumo de massa.
Exportações intercontinentais: O seu tamanho é perfeito para aproveitar ao máximo o espaço nos contentores marítimos.
Logística e distribuição global: Facilita uma transição mais fluida entre as plataformas logísticas em distintos continentes.
Normativa Aplicável na Europa
Embora a palete americana não esteja padronizada pela European Pallet Association (EPAL), tem de cumprir certas regulamentações ao entrar ou circular pela Europa:
Regulamentos de transporte e armazenamento Na UE, o uso de paletes deve ajustar-se às diretrizes sobre segurança laboral, estabilidade de carga (EN 12195) e armazenamento (EN 15635). Isto significa que, embora não esteja homologada pela EPAL, a palete americana deve assegurar uma resistência estrutural adequada e ser compatível com os sistemas de estantes europeus.
Normativa fitossanitária (NIMF-15 / ISPM-15) Toda a palete de madeira que seja importada para a Europa deve seguir a Norma Internacional para Medidas Fitossanitárias n.º 15, que estabelece o tratamento térmico ou fumigado necessário para prevenir a propagação de pragas. Além disso, a palete deve estar corretamente marcada com o selo ISPM-15.
Vantagens e Desafios do Uso de Paletes Americanos na Europa
Vantagens:
- Concebidas para o comércio com os EUA, Canadá e América Latina.
- Oferecem uma maior superfície útil em comparação com a europalete.
- Adaptam-se bem aos contentores marítimos.
Desafios:
- Não estão reguladas pela EPAL, o que poderá limitar a sua reciclagem e retorno.
- Têm uma menor compatibilidade com as estantes europeias.
- A sua reutilização na logística interna pode ser complicada.
Conclusão
O palete americano tornou-se uma ferramenta logística fundamental no comércio internacional. Embora apresente algumas diferenças em relação ao padrão europeu, o seu uso está a tornar-se cada vez mais comum num mundo globalizado. É crucial cumprir a normativa europeia, especialmente no que se refere ao tratamento fitossanitário (ISPM-15), para garantir a sua aceitação. As empresas devem considerar cuidadosamente a sua adequação em função do destino, do tipo de mercadoria e da logística inversa disponível.